segunda-feira, 30 de setembro de 2013
Mulher se acorrenta em protesto ao corte do Bolsa Família em Aracaju
Desempregada e com 5 filhos, ela teve o benefício bloqueado há 5 meses.
Funcionários foram impedidos de entrar do Cras até negociação com ela.
Mãe de cinco filhos, desempregada e sem receber o Bolsa Família há cinco meses, a dona de casa Íris dos Santos Almeida, 29 anos, resolveu se acorrentar na porta de um Centro de Referência da Assistência Social (Cras) localizado no bairro Coroa do Maio em Aracaju, em Sergipe. A atitude, realizada na manhã desta segunda-feira (30), teve o objetivo de pressionar os órgãos responsáveis para dar uma resposta sobre a suspensão do benefício e pedir a liberação do saque do valor já autorizado pelo programa.
“Já atualizei meu cadastro duas vezes e nada de liberarem meu benefício. Eles alegam que um dos meus filhos estava faltando a escola, mas tenho a declaração de que todos estão frequentando a escola. Eles prometeram me dar uma solução em 48 horas, senão vou voltar a me acorrentar”, afirma Íris.
Os funcionários do Cras ficaram impedidos de entrar na unidade até que a coordenação conseguisse um acordo com a manifestante. De acordo com Iulná Almeida, coordenadora do Cras Benjamin Alves de Carvalho, as informações sobre essa família estão atualizadas e dependem de avaliação do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS).
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“Esse problema de falta de uma das crianças na escola foi em 2011, mas a avaliação da família já foi feita e é só uma questão de tempo para ser solucionada. O MDS dá um prazo de três meses para essa avaliação cadastral. O que eu posso dizer é que uma parcela de R$ 230 já foi liberada para ela, mas o saque ainda não foi autorizado, vamos buscar o porquê disso”, explica Iulná. No entanto, o valor referente aos meses que o benefício ficou suspenso não será pago.
Diante da reivindicação de Íris, outros moradores da região também resolveram cobrar respostas sobre a suspensão do pagamento do Bolsa Família. Severino Leite da Silva, 44 anos, mora com a mãe e o companheiro dele e reivindica a volta do benefício que foi suspenso para ele há quatro anos. “Fiz o cadastro aqui no Cras, mas quando liga para Brasília diz que não fui cadastrado. Não posso sair de casa para trabalhar porque a minha mãe é doente e não dá para manter a casa com um salário mínimo que ela recebe que mal dá para comprar os remédios para ela”, argumenta Severino.
Segundo Iulná, Severino não tem direito a receber a quantia porque o teto per capta do Bolsa Família é de R$ 140 e, para caso de extrema pobreza, é de R$ 70. “A mãe dele recebe o Benefício de Prestação Continuada (BPC) que equivale a um salário mínimo e mesmo se dividir esse valor para os três moradores da casa o valor continua maior que o previsto nas regras do programa”, afirma.
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